Localização
Avenida da República, 300
2750-475 Cascais
+351 214 826 970
Horário
3ª a domingo: das 10h às 18h
Público Geral: 5€
Residentes: 2.5€

Na Praia/

Na Praia
Paula Rego


7 de dezembro de 2016 a 26 de fevereiro de 2017
Inauguração dia 7 de Dezembro às 19h00

Curadoria: Catarina Alfaro


Esta exposição apresenta um núcleo fundamental de obras realizadas por Paula Rego durante os anos de 1980 e tem como eixo central a obra Na Praia, de 1985. Exposta em Outubro deste ano em Londres na 'Frieze Masters', a pintura foi recentemente depositada por um colecionador particular na Casa das Histórias Paula Rego, passando a integrar o seu acervo.

Na PraiaPaula Rego, Na Praia, 1985

 

O encontro, furtivo ou explícito, com as histórias e as imagens que as contam nunca se traduz, na obra de Paula Rego, numa tentativa de ilustrar a pintura antiga, a palavra, o romance, ou a persistência das imagens cinematográficas ou teatrais que se alinharam como as suas influências marcantes.
Ao compilar fragmentos de pinturas, caçados aqui e ali, Paula Rego arranca da sua memória histórias e imagens que estão associadas às suas impressões visuais mais profundas, auxiliada por novos - mas temporalmente longínquos - estímulos visuais que actualizam essa memória. É precisamente do confronto com as imagens do passado e a sua actualização na experiência/memória visual e narrativa da artista que surge o corpo de obras concebidas durante e após esta experiência com a colecção da National Gallery.
A Caçadora Furtiva, na Casa das Histórias Paula Rego, mostra, com particular destaque, uma série de trabalhos da artista que resultam precisamente deste encontro com as colecções de museus ou os que são criados na sequência de um convite para exposição nesse contexto museológico, sem que haja necessariamente uma relação com as colecções.
É nesta condição de caçadora furtiva que persegue a sua presa e se recolhe, para depois se fundir com ela, que devemos olhar para as obras presentes nesta exposição.

Na década de 80 a artista encontra uma linguagem visual radicalmente nova para contar as suas histórias, criando um universo ambíguo e complexo de interação entre humanos, animais, vegetais e híbridos. Estas criaturas encantadas são os atores deste caleidoscópico de aventuras luxuriantes, onde impera a desordem. As obras são realizadas numa escala panorâmica e multidimensional, através de um processo criativo rápido, contínuo e fluido, num equilíbrio entre a multiplicidade de personagens e de sub-enredos e a totalidade da composição.

O seu traço não apresenta hesitações e as personagens, humanas e animais, são fisionomicamente intuídas pelo seu preciso sentido de observação. É como diz Paula Rego: são bichos que parecem pessoas e pessoas que parecem bichos - dizendo não saber o que vem primeiro. O desenho puxa o boneco e, assim, os desenhos vão aparecendo no pincel…começo com um gesto, o resto do bicho vem atrás.