Caçadora Furtiva
Paula Rego
17 de Dezembro de 2015 a 24 de Abril de 2016
Inauguração dia 17 de Dezembro às 18h00
Curadoria: Catarina Alfaro
Em 1990 Paula Rego foi convidada a iniciar o projeto de
residências de artistas contemporâneos na National Gallery, em
Londres. O estatuto de Artista Associada da National Gallery
implica a produção de obras que estabeleçam uma relacção direta com
esta coleção, durante uma estadia de 18 meses, num atelier situado
no piso inferior do museu. O convite não foi logo aceite pela
artista:
«Tive muito medo e fiquei com uma certa apreensão! Mas para
encontrar o nosso próprio caminho é necessário encontrar a nossa
porta, como Alice. Ao tomarmos demasiadamente de uma mistura
ficamos grandes demais, depois tomamos demasiado de outra e ficamos
pequenos demais. Temos de encontrar a nossa própria entrada para as
coisas… e eu pensei que a única maneira de nelas penetrar é,
digamos, pela cave…precisamente onde fica o meu estúdio! Assim
posso trepar lá acima, apanhar as coisas e trazê-las comigo para a
cave, onde posso comê-las. E o que trago aqui para baixo varia
imenso, mas trago sempre alguma coisa aqui para a minha toca. Aqui
sou uma espécie de caçadora furtiva».
O encontro, furtivo ou explícito, com as histórias e as imagens que
as contam nunca se traduz, na obra de Paula Rego, numa tentativa de
ilustrar a pintura antiga, a palavra, o romance, ou a persistência
das imagens cinematográficas ou teatrais que se alinharam como as
suas influências marcantes.
Ao compilar fragmentos de pinturas, caçados aqui e ali, Paula Rego
arranca da sua memória histórias e imagens que estão associadas às
suas impressões visuais mais profundas, auxiliada por novos - mas
temporalmente longínquos - estímulos visuais que actualizam essa
memória. É precisamente do confronto com as imagens do passado e a
sua actualização na experiência/memória visual e narrativa da
artista que surge o corpo de obras concebidas durante e após esta
experiência com a colecção da National Gallery.
A Caçadora Furtiva, na Casa das Histórias Paula Rego, mostra, com
particular destaque, uma série de trabalhos da artista que resultam
precisamente deste encontro com as colecções de museus ou os que
são criados na sequência de um convite para exposição nesse
contexto museológico, sem que haja necessariamente uma relação com
as colecções.
É nesta condição de caçadora furtiva que persegue a sua presa e se
recolhe, para depois se fundir com ela, que devemos olhar para as
obras presentes nesta exposição.
O encontro, furtivo ou explícito, com as histórias e as imagens
que as contam nunca se traduz, na obra de Paula Rego, numa
tentativa de ilustrar a pintura antiga, a palavra, o romance, ou a
persistência das imagens cinematográficas ou teatrais que se
alinharam como as suas influências marcantes.
Ao compilar fragmentos de pinturas, caçados aqui e ali, Paula
Rego arranca da sua memória histórias e imagens que estão
associadas às suas impressões visuais mais profundas, auxiliada por
novos - mas temporalmente longínquos - estímulos visuais que
actualizam essa memória. É precisamente do confronto com as imagens
do passado e a sua actualização na experiência/memória visual e
narrativa da artista que surge o corpo de obras concebidas durante
e após esta experiência com a colecção da National Gallery.
A Caçadora Furtiva, na Casa das Histórias Paula Rego, mostra,
com particular destaque, uma série de trabalhos da artista que
resultam precisamente deste encontro com as colecções de museus ou
os que são criados na sequência de um convite para exposição nesse
contexto museológico, sem que haja necessariamente uma relação com
as colecções.
É nesta condição de caçadora furtiva que persegue a sua presa e
se recolhe, para depois se fundir com ela, que devemos olhar para
as obras presentes nesta exposição.